estar em Portugal
(version in English follows that in Portuguese)
Quando eu vim a Portugal, já não tinha estado lá à 18 anos… Eu não viajo muito, e quando eu saio da Escosia eu prefiro ir a sítios exóticos: Guatemala, Sri Lanka, Camboja etc – eu raciocino que quando estiver jovem suficiente para aguintar as condicões e climas destes pais vou visitar-lhos – e depois, quando estiver velhino, acho o tempo para viajar aos sítios mais próximos. Mas, quando eu cheguei a Portugal sabia logo mesmo que não é só um ‘sítio próximo’… Se querem entender o que Portugal é para mim só é preciso ler o capítulo O Fruto Proibido nos Os Escolhidos – o Jardim do Yden (pronunciado idén com uma ressonância pretendida com o Jardim de Éden) é a minha experiência de Portugal quando era uma criança… Mas, também, vocês, que sabem o que acontece no Yden, têm alguma compreensão de como, para mim, isso não é só uma associação com a luz.
Com um a certa ressonância poética eu, que vim a Portugal para lançar um livro extremamente escuro, pareça trazer comigo o frio e a escuridão do inverno *sorriso* Mas esse frio foi compensado pelo calor da recepção que recebi da minha família portuguêsa e o pessoal dos meus editors, Editorial Presença. Com amizade e profissionalismo, esse pessoal (Raquel Dutra, Inês Mourão, Ricardo Sabino e Raul Martins) organizaram o eventos na Feira do Livro. O João Seixas entrevisto-me com habilidade e a audiência ajudou-me – ainda assim, a dificuldade de falar em português sobre as matérias subtis e emocionais da Dança de Pedra canso-me muito. Não que estou queixando – foi uma experiência maravilhosa.Depois hove a sessão de autógrafos em que eu tive o grande prazer em encontrar-me com alguns de vocês, meus leitores – alguns que já conheci de email ou facebook… é só uma pena que não tivemos mais tempo para falar… Talvez na próxima vez… :O)
Eu gostaria de agradecer todos que fizeram a minha visita tal um prazer.
When I went to Portugal I had not been there for 18 years… I don’t travel that much and, when I do, I tend to prefer to go to exotic place: Guatemala, Sri Lanka, Cambodia – with the justification that while I am young enough to be able to cope with the difficulties, discomforts and climate of these places that’s the best time to go an visit them – there will be enough time when I am old to travel to the nearby places. But when I arrived in Portugal I quickly became aware that it was not just one of those ‘nearby places’… If you want to understand what Portugal means to me all you need do is read the chapter entitled Forbidden Fruit in The Chosen – the Yden (as an intended reference to the Garden of Eden) is a representation of my experience of Portugal when I was a child. Though, those of you who know what happens in the Yden will have some comprehension how, for me, this is not merely an association with the light.
With a certain poetic resonance, it was I who, coming to Portugal to release an extremely dark book, seemed to have brought with me the darkness and cold of winter (the weather during my stay was unseasonably cold and wet – so much so that it probably stopped a lot of people attending the launch events). But that cold was more than compensated for by the warmth of my reception by my family in Portugal and the representatives of my publishers, Editorial Presença, (Raquel Dutra, Inês Mourão, Ricardo Sabino e Raul Martins) who organized the events at the Lisbon Book Fair with friendliness and professionalism. João Seixas skilfully interviewed me and I was helped out by the audience being able, with their knowledge of English, to span the infelicities in my Portuguese. Even then, with the difficulty of talking about the subtle and emotional issues in the Stone Dance, I was left drained. I’m not complaining – it was a wonderful experience.
Afterwards there was a book signing when I had the great pleasure of meeting some of my Portuguese readers – some of whom I already knew from contacts through email and facebook… it’s only a shame that I did not have more time to talk to them.
Sorry but I will write in Portuguese…
As minhas primeiras palvaras são naturalmente para agradecer e dar os parabéns pelo legado que nos deixa com a triologia da Dança de pedra do camaleão, que hoje acabei finalmente de ler.
Em segundo lugar, e não me levem a mal os escoceses, é um orgulho do tamanho do mundo seres PORTUGUÊS, que até te pode não dizer muito, mas como decerto saberás, temos muito poucas referências nacionais, para além de meia dúzia de futeboleiros…
Eu vivo no Porto e foi através da tua entrevista na feira do livro de Lisboa que passou na RTP 2 que tive conhecimento da tua existência e da triologia, que me despertou atenção. Quando a Feira do Livro chegou ao Porto, fui logo comprar os dois primeiros volumes, com a intenção de os ler nas férias. Todavia, começei a ler os Escolhidos e não consegui mais parar. Enfim, estou estasiado por ter consumido o teu esforço de 12 anos em apenas num mês, mas valeu a pena, porque me fizes-te sonhar num mundo particular, mas onde a compaixão é o fio de rumo que abre caminho pela intolerância e crueldade. Apesar de ser heterosexual, o modo descomplexado e natural como descreves os romances que ocorrem com o nosso Cranelian (pois agora já não é só teu, ofereceste-o a todos os leitores) poderá até aqui em Portugal desmistificar muitas cabeças ocas.
Tenho pena que no teu site, não tenhas mais traduções para português e pouco mais tenho a comentar sobre a obra, mas gostaria de deixar um repto, pois sou amante de banda desenhada. Não seria fantástico lançar a triologia em Banda Desenhada, vá lá, pensa nisso!
Felicidades para os teus futuros projectos, parece que desta feita num registo histórico, e nós cá estaremos para avidamente devorar as tuas palavras.
Finalmente, um aviso,. Olha que Portugal não é só Lisboa, também era bom fazeres uma visita mais profunda ao nosso pequeno Portugal, que é muito heterogéneo, mas de uma beleza imensa e também carregado de história, e claro que tens que vir visitar o Porto.
Thank you again, best regards.
olá, e obrigado pelas coisas amáveis que dizes sobre os meus livros… Eu também gostaria de escrever mais aqui em português, mas leva-me muito mais tempo e não escrevo lá muito bem…
hove uma possibilidade de a Dança de Pedra ser lançada no Japão em forma de ‘manga’ – mas não aconteceu – e agora, também ha possibilidades de sair em Banda Desenhada na Coreia – mas nada aqui na Europa…
os meu projeto seguinte talvez vai ser uma historia sci-fi…
quanto a Porto, gostava de visitar… vamos ver o que se pode fazer… :O)
adoro a expressão “cabeças ocas” *sorriso*
Podes regressar a este maravilhoso Pais quanto quiseres serás de certeza sempre bem recebido.
Eu já compre o ultimo livro agora esperam-me mais de 800 paginas pela frente espero que esteja a altura dois outro dois volumes.
cumprimentos
José
espero que gostes… Esta visita fez-me definitivamente querer vir outra vez…!
Indeed, it really was a pleasure, and all the little details about the book signing itself, it shows how commited you are to the world you created, I really loved that… Particularly the way how you wrote the date, and the stamping you did.
“committed” is right *grin* but, seriously, I do believe that details matter. Aesthetics isn’t just skin deep…
If a book is signed with a hasty, uninterested scrawl, it might just as well not be signed at all!… A signature should be sort of a mememto (souvenir?).
Couple of weeks ago, we had a book signed by an author, and he went: “Oooh! That’s a first edition! You don’t see those often – I’ll only put my name in, and a quote from the book – that way, it’s value is bigger!” 😉
It was really a pleasure. And you had so much hard work making them, you deserve the recognition. Oh I want the books in a TV series, I’m so tired of all this things about vampires…. =)
it was an even greater pleasure for me…! A TV series might work – but it would have to be made by someone like HBO… I too am tired with vampires – it does seem to me a rather tired old cliché… I do sometimes wonder if, as we become less religious, these common shared ‘supernaturalities’ (vampires, werewolves, aliens etc) have stepped in to fill the gap…
Yes, I agree with you. The human being will always feel the need to believe in something that goes beyond reality, beyond this world. That is why I love your books so much, they call it fantasy but, for me, it’s a plausible fantasy. Just because we are still finding out our past. Perhaps an very ancient civilization is on the horizon, waiting for us to finding it. I’m actually praying for a HBO series. Hoping. Oh well, we have to wait, right? P.S. The Stone Dance of the Chameleon reminds me of Stonehenge. I wonder……
eu creio que fantasia pode ser uma das melhores maneiras para escrever sobre a ‘verdade’ – exatamente por ser ‘abstracta’ – não de um tempo, mas de todos – universal… A Dança de Pedra do Camaleão É baseado no Stonehenge
I believe that fantasy is one of the best modes for writing about the ‘truth’ – exactly because it is ‘abstract’ – not about any given time, but about all times – universal… The Stone Dance of the Chameleon IS based on Stonehenge…
Thanks for the update – it’s also very nice to see the set-up… It’s very intimate, if that’s the right word! Good to see photo’s of some of your readers in Portugal! 🙂
do you mean “small”? *wide grin* – as for my readers, yes, they’re a mixed lot. I like that. What I don’t like is this notion that a book needs to be ‘targeted’ at a particular, niche audience… Seems to me that these are commercial not human criteria…
It was my first time that I met in person one of my favorite writers and it was a huge pleasure. Even with all that feedback, I loved every minute of it. And The Third God is the best. Thank you for your enlightenment and joy, you are the best. Wishing you tons of success in your life. Hugs. 😉
:O) thanks, I enjoyed meeting you and my other readers there – writing is such a lonely, drawn out business, it’s a joy to have others confirm that all that work was worthwhile…